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Teste: OnStar não decide compra do Cruze Sport6

Assistente pessoal agrada, mas é mais mimo do que uma necessidade

Overview

À espera da nova geração (que já chegou à variante sedã), o Chevrolet Cruze evoluiu com a chegada da tecnologia OnStar. O assistente pessoal funciona bem, mas não é item primordial


  • + Assistente pessoal OnStar
  • + Espaço interno
  • + Acabamento interno
  • - ar-condicionado é manual
  • - Muito câmbio para pouco motor
  • - Preço acima de R$ 90.000
 
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Lukas Kenji
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Há quem preze pelo conforto, mas tem gente que não abre mão da esportividade. E para você, o que é indispensável em um carro? Houve um tempo em que a melhor opção era inevitavelmente a mais barata. Após esta, que pose ser chamada de “Era Pé-De-Boi”, a galera passou a exigir o mínimo da comodidade de uma direção hidráulica e um ar-condicionado. Atualmente, ninguém compra um carro sem observar as opções de entretenimento e conectividade que um modelo oferece.

Para suprir as necessidades dos usuários que não desgrudam do celular mesmo quando estão dirigindo, as montadoras bolaram alternativas para manter os condutores conectados, mas sem abrir mão da segurança. Surgiu o gerenciamento da central multimídia por comandos de voz, o volante multifuncional e, finalmente, a interação entre a tela do carro com o smartphone.

A Chevrolet foi além da relação solitária entre homem e máquina e lançou a tecnologia OnStar. Na prática, o serviço consiste em uma secretária eletrônica à disposição 24 horas por dia que auxilia o condutor a realizar diversas tarefas além da vida a bordo do carro. Basta parear o celular com o sistema multimídia e pressionar um botão azul no retrovisor interno para conversar com um atendente sempre atencioso e disposto a resolver seu problema, seja ele reservar um restaurante ou saber o resultado do jogo do seu time do coração.

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Além de prestar serviço de concierge, a tecnologia também monitora o veículo e é capaz de fornecer assitência ao motorista em caso de emergência também por meio de um botão (desta vez, vermelho) no retrovisor. Uma central é acionada automaticamente e solicita atendimento da equipe mais próxima do local do incidente.

Ou seja, o OnStar apresenta-se como alternativa para adicionar praticidade à vida dos motoristas que passam cada vez mais tempo dentro do automóvel. A tecnologia estreou no Cruze e tornou-se um diferencial do modelo perante a concorrência de rivais consolidados. Que o diga o Sport6, que tem de enfrentar uma briga dura contra Ford Focus, Volkswagen Golf e outros hatches médios de respeito. Mas será que a tecnologia chega a ser um ponto crucial na decisão de compra? Vejamos primeiro como o Cruze comporta-se perante os adversários para depois saber qual relevância o OnStar tem no produto.

Em relação à performance, por exemplo, quesito importantíssimo no segmento, o representante da gravata dourada fica atrás de todos os rivais. O motor de 140/144 cv a 6.300 rpm não se entende muito bem com a transmissão automática. Falta fôlego para o propulsor aguentar o ritmo de um caixa de seis velocidades e o escalonamento torna-se irregular – as trocas de marchas costumam ser tardias, o que faz o carro “gritar” com frequência.

O torque de 17,8/18,9 kgf.m entregue aos 3.800 giros não deixa o hatch fazer feio em retomadas e cenários íngremes, mas o fato é que o acerto do trem de força é voltado ao conforto. A suspensão é macia e o comportamento do carro é semelhante ao do Hyundai i30 (150 cv) que também tem motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas. Já os 1.4 turbinados Fiat Bravo (152 cv) e VW Golf (150 cv), além do Peugeot 308 1.6 (173 cv) apostam em um conjunto mais rígido e esportivo. O mesmo vale para o aspirado Focus 2.0 (178 cv).

Outra prova de que a praia do Sport6 é mesmo o conforto está no acabamento interno caprichado e bicolor (marrom e preto). Os bancos são de couro, o console tem mescla de materiais de boa qualidade, há bom isolamento acústico e espaço para as pernas dos ocupantes de trás – a distância entre-eixos é de 2,68 metros, enquanto o comprimento mede 4,51 m e a largura tem 2,09 m (espelho a espelho). Para as bagagens, ficaram reservados 402 litros, o maior porta-malas da categoria.

Em termos de segurança, o Chevrolet também vai bem e tem itens compatíveis com a categoria – apenas o Golf sobressai por ter diversas tecnologias de segurança passiva. O Cruze oferece airbags frontais, laterais e de cortina, controle de tração e estabilidade e freios ABS com EBD (antitravamento com distribuição de força de frenagem para todas as rodas).

Também é nivelado à concorrência a gama de itens de série da versão avaliada LTZ. Há direção elétrica, central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque com Apple Car Play e Android Auto, câmera de ré, sensor de chuva, teto solar, piloto automático, chave presencial e partida por meio de botão e rodas de aro 17”. Um vacilo é o ar-condicionado manual e de apenas uma zona de refrigeração.

R$ 91.390

402 litros

12 meses

preço da versão topo de linha LTZ

é o maior porta-malas da categoria

é o tempo de gratuidade do OnStar

Mas e no custo-benefício, será que o Cruze vai bem? Bom, a versão topo de linha vale R$ 91.390. Se você achou caro, tem toda a razão. Porém, saiba que esta é a faixa de preço das versões top do segmento. O modelo mais em conta é o Peugeot 308 Griffe THP, que sai por R$ 84.490. Já o mais salgado é o Ford Focus Titanium Plus e seus R$ 104.590. O Cruze também tem preço inferior a Hyundai i30 (R$ 98.990) e Volkswagen Golf (R$ 99.190).

A questão de preço é uma boa deixa para voltarmos ao assunto OnStar. O serviço é gratuito nos primeiros 12 meses de compra do veículo. Mas e depois disso? Nem a Chevrolet sabe (ou sabe e não quer falar). Após oito meses de lançar o sistema no Brasil, a GM ainda não divulgou os valores da mensalidade. Isso é extremamente ruim para o consumidor e mata de cara o possível argumento de que o OnStar seria um ponto decisivo de compra. Ora, não dá para desejar que o cliente arregale os olhos para a nova tecnologia sem divulgar os valores da mensalidade dela.

Conclusão

Na prática, as coisas também não mudam de figura. A experiência de uma semana com o OnStar mostrou que a tecnologia é útil, mas configura-se mais como um mimo do que uma necessidade. Então o Cruze é uma opção descartável? Nada disso. É opção para quem prima pelo conforto e requinte e não liga muito para o prazer em dirigir. Mas é bem possível que o botãozinho azul não tenha serventia após um ano de uso...

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  • + Espaço interno
  • + Acabamento interno
  • - ar-condicionado é manual
  • - Muito câmbio para pouco motor
  • - Preço acima de R$ 90.000
 

  • Lukas Kenji
  • Quando deixa um pouco de lado a carreira brilhante como piloto de Gran Turismo e Fórmula 1 (no Playstation), faz cobertura diária do setor automobilístico. Muscles cars e clássicos dos anos 1990 são as máquinas prediletas.
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